Controle Mastite: Guia de Produtos e Boas Práticas para a Saúde do Úbere

Mastite: Guia de Produtos e Boas Práticas para a Saúde do Úbere

A mastite, inflamação da glândula mamária, é uma das principais causas de prejuízo na pecuária leiteira, impactando a produção, a qualidade do leite e a saúde das vacas. Controlar e prevenir essa enfermidade é crucial para a rentabilidade da sua produção. Este guia completo apresenta os principais produtos utilizados e as boas práticas essenciais para manter a saúde do úbere do seu rebanho.

Entendendo a Mastite: Um Inimigo Silencioso

A mastite pode ser causada por diversos microrganismos, como bactérias, fungos e leveduras, que invadem o úbere através do canal do teto. Ela se manifesta de diferentes formas, desde a subclínica (sem sinais visíveis no leite ou na vaca) até a clínica (com sintomas como inchaço, vermelhidão, dor no úbere e alterações no leite).

As perdas econômicas associadas à mastite são significativas, incluindo:

  • Redução da produção de leite: Vacas com mastite produzem menos leite.
  • Descarte de leite: O leite de vacas em tratamento não pode ser comercializado.
  • Custos com tratamento: Medicamentos, honorários veterinários e mão de obra.
  • Aumento do intervalo entre partos: Problemas de saúde podem afetar a fertilidade.
  • Descarte precoce de vacas: Em casos crônicos ou graves, o animal pode precisar ser descartado.

Produtos Essenciais para o Controle e Tratamento da Mastite

O mercado oferece uma variedade de produtos para o controle e tratamento da mastite. A escolha adequada depende do tipo de mastite, da gravidade do caso e da orientação do médico veterinário.

  1. Antibióticos Intramamários: São a base do tratamento da mastite clínica bacteriana. Apresentam-se em diferentes formulações (suspensões, pomadas) e contêm diversos princípios ativos específicos para os principais patógenos causadores da mastite. É crucial seguir rigorosamente a dose e o período de tratamento recomendados pelo veterinário.
  2. Antibióticos Sistêmicos (Injetáveis): Utilizados em casos de mastite clínica grave, com sinais sistêmicos (febre, perda de apetite) ou quando a infecção se disseminou além do úbere. A escolha do antibiótico e a via de administração também devem ser definidas pelo veterinário.
  3. Anti-inflamatórios Não Esteroidais (AINEs): Administrados por via injetável ou oral, ajudam a reduzir a inflamação, a dor e a febre associadas à mastite clínica, proporcionando maior bem-estar ao animal.
  4. Analgésicos: Em casos de dor intensa, o veterinário pode recomendar o uso de analgésicos para aliviar o desconforto da vaca.
  5. Produtos para Terapia de Secagem: Antibióticos de longa ação e selantes de teto são utilizados no período de secagem da vaca para prevenir novas infecções intramamárias e eliminar infecções preexistentes. Essa prática é fundamental para a saúde do úbere na próxima lactação.
  6. Selantes de Teto (Internos e Externos): Formam uma barreira física no canal do teto, impedindo a entrada de microrganismos durante o período seco e no pós-parto imediato, quando a vaca está mais vulnerável a novas infecções.
  7. Desinfetantes de Teto (Pré e Pós-Ordenha): Produtos à base de iodo, cloro, ácido lático ou outros agentes antimicrobianos, utilizados para desinfetar os tetos antes e após a ordenha, eliminando bactérias presentes na superfície e reduzindo o risco de transmissão de microrganismos entre as vacas.
  8. Produtos para Teste de Mastite (Caneca de Fundo Preto, CMT): Ferramentas simples e rápidas para identificar alterações no leite sugestivas de mastite subclínica, permitindo a detecção precoce e a implementação de medidas de controle.

Boas Práticas Essenciais para a Prevenção da Mastite

A prevenção é a estratégia mais eficaz e econômica para controlar a mastite. Adotar boas práticas de manejo em todas as etapas da produção é fundamental:

  1. Higiene na Ordenha:
    • Limpeza e desinfecção adequadas dos equipamentos de ordenha: Seguir as recomendações do fabricante para a limpeza e desinfecção regular das teteiras, mangueiras e demais componentes.
    • Higiene dos tetos: Limpar os tetos com água corrente e secá-los antes da ordenha. Utilizar o pré-dipping com um desinfetante eficaz e aguardar o tempo de contato recomendado antes de secar.
    • Pós-dipping: Imediatamente após a ordenha, mergulhar ou pulverizar os tetos com um desinfetante pós-ordenha para selar o canal do teto e prevenir a entrada de bactérias.
    • Utilização de luvas: Os ordenhadores devem utilizar luvas limpas e desinfetadas para evitar a contaminação.

 

  1. Manejo Ambiental:
    • Manter as instalações limpas e secas: Baias, camas e corredores devem ser limpos e desinfetados regularmente para reduzir a exposição das vacas a microrganismos.
    • Ventilação adequada: Boa ventilação nas instalações ajuda a reduzir a umidade e a concentração de patógenos no ar.
    • Qualidade da água: Fornecer água limpa e de boa qualidade para os animais.

 

  1. Manejo Nutricional:
    • Dieta balanceada: Uma nutrição adequada fortalece o sistema imunológico das vacas, tornando-as mais resistentes a infecções.
    • Suplementação de vitaminas e minerais: Em alguns casos, a suplementação com vitaminas (como a vitamina E) e minerais (como o selênio e o zinco) pode auxiliar na prevenção da mastite.

 

  1. Manejo Reprodutivo e Período Seco:
    • Secagem adequada: Realizar a secagem das vacas de forma gradual e higiênica.
    • Terapia de secagem: Utilizar antibióticos de longa ação e selantes de teto no período seco.
    • Manejo do pós-parto: Monitorar as vacas de perto no período pós-parto, pois elas estão mais suscetíveis à mastite.

 

  1. Detecção Precoce e Tratamento Adequado:
    • Monitoramento regular: Realizar testes de mastite subclínica (CMT) periodicamente para identificar infecções precocemente.
    • Tratamento imediato: Ao identificar um caso de mastite clínica, iniciar o tratamento o mais rápido possível, seguindo as orientações do veterinário.
    • Registro de casos: Manter um registro detalhado dos casos de mastite, dos tratamentos utilizados e dos resultados para auxiliar na identificação de problemas e na tomada de decisões.

Conclusão: Saúde do Úbere, Lucratividade Garantida

O controle eficaz da mastite exige uma abordagem multifacetada, combinando o uso estratégico de produtos adequados com a implementação rigorosa de boas práticas de manejo em todas as etapas da produção. Investir na prevenção e no tratamento adequado da mastite não apenas melhora a saúde e o bem-estar das suas vacas, mas também garante a qualidade do leite e a rentabilidade da sua atividade leiteira. Consulte sempre um médico veterinário para obter orientações personalizadas e desenvolver um plano de controle de mastite eficaz para a sua propriedade.

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