O assunto mais comentado dos últimos dias é sobre o calor. Pois tem sido um clima muito quente, onde a falta de chuvas prejudica já quase toda nossa produção de alimentos, e consequentemente tem prejudicado muito os animais também.
Um cavalo tem a habilidade de se adaptar a temperaturas mais altas e as mudanças de tempo, mas se é possível amenizar essa adaptação para que ela seja aos poucos e traga alivio para o animal melhor ainda. Com cavalos de trabalho e competições devemos tomar mais cuidado, pois eles desidratam muito fácil, ficam com o pelo seco e opaco.
Segundo Hanover (Meyer, 1990) indica que equinos de 500Kg, trotando a uma velocidade 3,5m/s em temperatura ambiente de 27 graus Celsius requerem no mínimo 10 a 12 litros de água por hora.
Por isso para começarmos a amenizar o calor para os nossos animais é preciso observar o local do cocho de água, se o cocho esta em um lugar quente debaixo do sol, se esta longe dos animais, se está sujo e se a água que chega até o cocho é de qualidade, todos esses fatores juntos vão limitar o consumo de água pelos cavalos trazendo assim uma possível desidratação.
Os exercícios intensos causam exaustão de calor (hipertermia). Esses sintomas aceleram os batimentos cardíacos, respiração superficial, sudorese em profusão, o animal fica inquieto. Um cavalo que possui uma temperatura corporal superior a 42 graus Celsius por um período de tempo pode sofrer danos cerebrais levando até a morte.
Uma forma de amenizar essa possível exaustão é sempre começar a trabalhar o cavalo a passo, passando para o trote depois o galope para que o corpo vá se acostumando com a aceleração dos batimentos cardíacos.
Quando estiver no fim do treino fazer o exercício reverso passar do galope, para o trote, e depois para o passo, isto deve ser feito em horários mais frescos do dia.
Cavalos estabulados merecem uma observação maior, já que ficam fechados o dia todo em baias que muitas vezes nem são bem ventiladas, o melhor a se fazer neste caso é soltar os animais para correrem e se interagir uns com os outros (tomando sempre cuidado para que não briguem, as éguas mais velhas que mandam na tropa.
Nunca soltar dois garanhões juntos) em horários mais frescos do dia, manter a baia limpa e fresca, jogando água nas paredes muitas vezes ajuda a amenizar a sensação térmica, tendo um certo cuidado para não molhar a baia.
Já para cavalos que estão soltos o certo são a plantação de árvores que formam copas redondas onde independente da parte do dia há sombra o dia todo debaixo daquelas árvores, eucaliptos são uma ótima opção porém se plantados em carreiras e sentido leste oeste. Há também como utilizar sombrite 70%, uma forma de sombra artificial.
Enfim ao falarmos de maneiras para diminuir o estresse do calor nos animais é uma forma de estarmos falando sobre o bem estar animal, que é a ciência voltada para o conhecimento e a satisfação das necessidades básicas dos animais mantidos sob o controle do homem.
Com as dicas acima é possível oferecer sensações de conforto assim como se estivessem inseridos no seu habitat natural. Boa sorte e mãos a obra porque nossos cavalos precisam de conforto.
Fontes:
- Livro: Nutrição e Alimentação de equinos – David Frape
- http://defensoresdosanimais.wordpress.com – Implicações para o bem-estar de equinos usados para tração de veículos
- http://www.grupocultivar.com.br – Integração lavoura-pecuária-floresta
- http://www.equisport.pt/pt/artigos – Desidratação em cavalos
- http://www.horseandrideruk.com – Fit for purpose: Signs of overwork
